quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Células de mamute podem estar vivas e levar à clonagem do animal

Cientistas analisam ossos de mamute na Sibéria. Foto: AFP
Cientistas analisam ossos de mamute na Sibéria
Foto: AFP


Cientistas descobriram na Sibéria restos congelados e bem preservados de mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) que podem conter células vivas e levar à clonagem desse animal, afirmou uma missão da Universidade Federal do Nordeste da Rússia na terça-feira.

Segundo os pesquisadores, foram encontrados pelos, tecidos macios e medula a 100 m de profundidade durante uma expedição à província de Yakutia. O grupo, formado por pesquisadores russos e sul-coreanos, estabelece como meta encontrar células vivas para a clonagem da espécie.

"Apenas através de pesquisa em laboratório se saberá se essas células estão vivas ou não", disse Semyon Grigoryev, líder da expedição, ao site Vzglyad. Segundo o cientista, até o fim do ano essa análise laboratorial deve estar pronta.

Acredita-se que o mamute-lanoso tenha sido extinto 10 mil anos atrás. Boa parte do código genético da espécie já foi decifrada e pesquisadores acreditam que a clonagem é possível se forem encontradas células vivas desses animais no permafrost.

Com informações da AP e da AFP.


Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6149364-EI8145,00-Celulas+de+mamute+podem+estar+vivas+e+levar+a+clonagem+do+animal.html#tarticle

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cientista busca bactérias em cavernas para produzir antibióticos

10 de setembro de 2012 • 08h47 • atualizado às 10h59

Barton chegou a acampar em caverna profunda buscando microorganismos
Foto: Max Wisshak/Cortesia Hazel Barton/BBC Brasil



Bactérias encontradas em cavernas podem ajudar a produzir os antibióticos necessários contra infecções resistentes a remédios já disponíveis no mercado, segundo a bióloga Hazel Barton, da Universidade americana de Akron. Barton faz buscas por bactérias em cavernas profundas, como a de Lechuguilla, no Estado do Novo México.

Segundo ela, os primeiros resultados mostram que o ambiente pode ajudar na batalha contra as "superbactérias". "Há ambientes únicos e pouco explorados, povoados por micro-organismos, que só agora nós estamos começando a entender, que tem a chave para novas drogas", disse.

De acordo com a bióloga, os cientistas costumam buscar novos antibióticos na natureza porque a estrutura complexa desses medicamentos faz com que seja quase impossível sintetizá-los no laboratório. "Da miríade de antibióticos que surgiram no mercado nos últimos 60 anos, 99% são derivados de outros micro-organismos, especialmente bactérias e fungos encontrados no solo", explica.

"Mas esta fonte está começando a se tornar escassa e os cientistas estão prestando atenção em ambientes mais exóticos e extremos, como cavernas", conclui.

Disputa por alimento
De acordo com a pesquisadora, a explicação para o potencial antibiótico dos micro-organismos de cavernas está provavelmente no isolamento. "A caverna de Lechuguilla tem mais de 365 metros de profundidade e exige que a descida até as amostras seja feita em cordas presas ao teto. A coleta (de amostras) acontece em áreas tão remotas que temos que acampar lá dentro por dias, às vezes", diz. "Essa distância também quer dizer que essas bactérias não foram perturbadas por nenhum tipo de atividade em milhões de anos", afirma.

Por causa da dificuldade de conseguir alimento no ambiente da caverna, os micro-organismos são forçados a competir entre si. Barton explica que, por causa do seu tamanho reduzido, as opções das bactérias das cavernas são limitadas - elas não têm dentes ou patas para lutar. Por isso, elas usam sua capacidade biossintética para produzir antibióticos umas contra as outras.

"Quimicamente, antibióticos são muito mais complexos do que drogas antivirais ou anticâncer e se parecem mais com uma teia de aranha, com padrões intricados de conexões", explica."Eles mimetizam os padrões celulares para bloquear ou mesmo destruir estruturas importantes dentro de uma bactéria".

Os micro-organismos encontrados em Lechuguilla foram examinados por Barton em colaboração com cientistas de outras universidades dos Estados Unidos e do Canadá. "Só uma (das amostras) produziu 38 componentes antimicrobianos, incluindo o que parece ser um novo antibiótico. Para colocar isso em perspectiva, há menos de 100 antibióticos que já foram descobertos e descritos e uma única cultura isolada de uma caverna produziu quase um terço deles", afirma a pesquisadora.

Resistência

Outras avaliações mostraram a Barton que, em 93 das quatro mil culturas isoladas na caverna, as "superbactérias", resistentes a diversos antibióticos, também estavam presentes. "Apesar do fato de que estes organismos estiveram isolados por milhões de anos e nunca foram expostos a antibióticos humanos, eles eram resistentes a praticamente todos os antibióticos usados atualmente", disse.

"Assim como algumas de nossas bactérias das cavernas produzem muitos antibióticos, algumas eram resistentes a muitos também - só uma delas era resistente a 14 (tipos)", explica.

Mas Barton diz que, nas amostras coletadas, foi possível identificar um mecanismo de resistência antibiótica que não havia sido visto antes. "A resistência aos antibióticos está programada nas bactérias - sem mudar nosso comportamento em relação à prescrição e ao mal uso de antibióticos, nunca vamos derrotá-las".

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6142371-EI8147,00-Cientista+busca+bacterias+em+cavernas+para+produzir+antibioticos.html